quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

1978-2013: 35 ANOS DA HISTÓRIA MODERNA DE SUPERMAN NOS CINEMAS.



PARTE 2: SUPERMAN 2, A AVENTURA CONTINUA, DE RICHARD DONNER, (1980); "God, no! Zod!"
Nos anos 80 tinha-se uma mania de, mesmo assistindo e voltando para assistir novamente uma continuação, sempre se dizia: "o primeiro é melhor!". A busca pela originalidade do produto, mesmo que impossível dentro de uma indústria cultural, permeava qualquer discurso sobre um filme original e sua continuação.
Bem, em se tratando dessa continuação, o ditado vale. O primeiro Superman é superior a este. E por várias razões.
Primeiro que houve a tão lamentada demissão de Donner. Cheio de contrariedades em relação às escolhas do casal Salkinde, os produtores do filmes, Donner acabou sendo demitido. Em seu lugar foi colocado Richard Lester. Lester refilmou várias cenas de Donner. Quando Donner foi desligado do filme cerca de 80% das cenas já haviam sido gravadas. Mas Donner havia inclusive filmado o final, que foi desconsiderado na edição final do filme.
De forma que Superman 2 ganhou o título de o filme mais editado da história.
Segundo, Marlon Brando não desejou participar da continuação, e nem permitiu que seu personagem Jor-El aparecesse mesmo em cenas já gravadas e que não fizeram parte da edição final do primeiro Superman, mas que poderiam ser usadas nesse segundo. Com esse problema em mãos Donner/Lester tiveram que substituir Joe-El, que aparece como holograma nos cristais da Fortaleza da Solidão, por imagens novas de Lara.
Terceiro, o roteiro em si. Há coisas que ocorrem no filme e que não há antecedente algum dentro do que foi visto até agora.
Novos poderes para Superman entre outros pequenos detalhes.
O filme se inicia da mesma forma que o primeiro, como uma leitura de uma edição de Action Comics. Estamos novamente em Krypton. a cena mostra melhor a rebelião de Zod, que apenas foi mencionada anteriormente. Ele é julgado conforme já vimos e aqui é mostrado novamente. Quando eles são jogados na Zona Fantasma, eles juram vingança contra a família El. No primeiro Superman, eles perdem perdão e choram.
A música desse início é a mesma de Williams, porém modificada em sua textura orquestral por Ken Thorne.
Na Terra, Clark está em ritmo cada vez mais acelerado de adaptação. Lois é mandada pelo Planeta para cobrir o sequestro de turistas na Torre Eifel por um grupo terrorista, esse grupo terrorista ainda ameaça também explodir a cidade com uma bomba H. O Superman consegue salvar a situação, arremessando a bomba para o espaço, onde explode. A explosão faz com que a Zona Fantasma se estilhasse e os kryptonianos, agora libertos, rumam em direção à Lua.
Quando pousam na Lua há uma equipe de astronautas americanos e russos que são mortos por Zod, Ursa e Nom. Eles então se dirigem para a Terra.
Quando na cidade de Houston, em uma área rural da cidade, causam grande tumulto, matando várias pessoas.
Nesse meio tempo vemos Clark e Lois no Niágara para cobrir uma investigação para o Planeta. Acontece aqui a famosa cena do garoto caindo nas cataratas e sendo salvo pelo Superman.
Lois começa a desconfiar de que Clark seja o super-herói que ela ama. Segura disso, salta para as correntezas do Niágara, mas Clark não se transforma em Superman e Lois é salva por um galho de árvore que discretamente Clark corta com sua visão de calor.
Aqui a coisa fica estranha. O egoísmo do Superman por sua adoração a Lois Lane o fez desobedecer aos pais e interferir no próprio curso do destino humano no primeiro filme. Agora esse mesmo personagem prefere manter sua identidade secreta à salvar imediatamente Lois lane, a quem ama.
Desajeitado que é, Clark acaba se descuidando e cai em uma lareira no quarto em que está com Lois, como não se queima, Lois volta a insistir que ele é o Superman. Desta vez ele não tem como negar e se revela para a amada jornalista. Clark a leva para a Fortaleza da Solidão, onde tem a primeira noite de amor.
Enquanto isso Zod e seu bando estão causando terror em Washington. Entram e destroem a Casa Branca, fazem o presidente americano se ajoelhar e se conclamam senhores da Terra. Quando o presidente americano se ajoelha, exclama "Oh, my God!", Zod é irônico e responde, "God, no! Zod!"
Após ir para a cama com Lois, Clark decide abandonar a proteção a Terra e se dedicar exclusivamente à vida marital com a mulher. É um desejo que compartilha com a mãe; esta lhe diz que só poderá viver como um deles se for um deles. Ele afirma que gostaria de perder seus poderes. Lara o coloca numa câmara e quando sai, está totalmente sem poderes. Humano.




Na volta para Metropolis o super casal passa por um bar e Clark é provocado por um caminhoneiro, sem poderes, apanha do mal-caráter e, quando está para ir embora, escuta a tv: Zod é o senhor do mundo e está desafiando o Superman para um duelo.
Arrependido de ter escolhido o amor por Lois ao invés da proteção do mundo, decide retornar, a pé, à Fortaleza da Solidão.
Luthor foge da cadeia e tenta um diálogo com Zod, na Casa Branca. Diz saber como fazer Superman aparecer, e Zod então invade o Planeta Diário em busca de Lois. A destruição é completa e Superman apenas aparece quando tudo já está em ruínas.
Ele conseguiu seus poderes de volta.
A batalha em Metropolis entre Superman e Zod é devastadora.
Eles conseguem destruir prédios, arremessando um e outro em direção aos mesmos, carros, hidrantes, lojas, bancas de jornal, o quarteirão inteiro é destruído e a luta toma conta dos ares. No plano aéreo a luta se intensifica, andares inteiros de edifícios são atravessados pelos kryptonianos ensandecidos. Para quem critica Snyder por cenas assim em Man of Steel, Superman 2 deveria não ser esquecido e sim rememorado. Superman não leva a luta para fora da cidade. Ao contrário, com um inimigo insano como Zod, não há como fazer isso. a luta arruína a cidade, para os padrões cinematográficos da época evidentemente. Mas é sim uma luta muito bem produzida e tão perfeita que permanece viva ainda hoje em plena época de cgi.
Superman foge. Em meio ao pânico de todos, que ficam estarrecidos com a situação, Zod grita ao fugitivo que da próxima vez matará o filho de Jor-El.
Zod retorna ao Planeta Diário e numa conversa com Lex Luthor fica sabendo para onde Superman deve ter ido.
Na Fortaleza da Solidão, os quatro vilões e Lois Lane, que foi levada, chegam e se surpreendem com o local, exceto Lois que já esteve lá.
Kal-El surge e Zod ordena que se ajoelhe. Lex Luthor vai conversar com o super-herói e fica sabendo que a câmara é perigosa para os kryptonianos, pode transformá-los em humanos. Zod força Kal-El a entrar na máquina e a liga. Uma intensa luz vermelha toma conta do local enquanto uma amarela é irradiada para o Superman dentro da câmara. De algum modo Kal-El inverteu as polaridades da máquina ao mesmo tempo em que fundiu sua tecnologia de raios vermelhos ao ambiente da Fortaleza, ou seja, em outras palavras, ele mentiu para Lex Luthor, a máquina agora amplia os poderes, enquanto a Forteleza, tomada por radiação solar vermelha, os retira.
Retirar os poderes de Zod seria a única maneira de fazê-lo parar, sem precisar matar. Sem poderes, Zod, Ursa e Nom são facilmente derrotados. Mas mesmo assim, sem poderes, são mortos por Superman e Lois Lane, que os arremessam em um abismo.
Após esse confronto, passamos para mais um dia no Planeta Diário. Clark beija Lois e o que se segue, é mais um exemplo de roteiro sem sentido. Após o beijo, Lois parece se esquecer de que Clark revelou para ela sua identidade secreta. Será mais um novo poder do Superman? Provocar amnésia com um beijo? Bem, essa cena sim é exemplo de coisas que nunca deveriam ter sido filmadas. Por que Lois Lane tem que se esquecer disso? E por que, pior ainda, com um beijo?
No entanto, esse filme se mantém pela atuação rica e perfeita de Christopher Reeves, Margot Kinder, Terence Stamp, Gene Hackman e Sarah Douglas (Superman/Clark, Lois Lane, General Zod, Lex Luthor e Ursa, respectivamente); pelos efeitos visuais e sonoros, usados com maestria na luta entre Superman e Zod; pelas tiradas convincentemente cômicas de Luthor. Ademais algumas estranhezas de roteiro, no geral o filme se sustenta também nesse ponto. Embora o primeiro seja melhor, esse também é sensacional, e seria o último filme de super-heróis realmente cativante até Batman, o filme, de Tim Burton em 1989. Assim como seria a último filme de excelência do Superman na década de 80. Os outros dois que vieram em 1983 e 1987 são aberrações cinematográficas vergonhosas, sendo que o 3 é pior do que 4.

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